16/10/2014

DILACERANDO AS MÁSCARAS DO FALSO EVANGELHO E DO FALSO CRISTIANISMO

"Amados, enquanto eu empregava toda a diligência

para escrever-vos acerca da salvação que nos é comum,

senti a necessidade de vos escrever, exortando-vos a pelejar

pela fé que de uma vez para sempre foi entregue aos santos.

Porque se introduziram furtivamente certos homens,

que já desde há muito estavam destinados para este juízo,

homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de nosso Deus,

e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo." 

(Judas 1:3-4)


Eu lamento profundamente ter que iniciar minha prédica dessa forma, mas poucas palavras proféticas bíblicas são tão visivelmente atuais como esta narrada no livro de Judas.

Há mais de 15 anos venho percebendo a presença de um processo corrosivo e de agressor empobrecimento moral e teológico em meio à igreja. Obviamente, nas primeiras instâncias em que me deparei com tal situação, tive uma intensa sensação de tristeza e decepção. Vivendo ares de fé entusiasta, tudo que eu imaginava até então seria que da mesma forma se dava na vida de todos aqueles que me rodeavam. Um ledo e ingênuo engano, pois o passar dos anos, fortaleceu minhas convicções acerca de Cristo Jesus, mas, na mesma proporção, abriu meus olhos sobre todos os dissabores que a natureza humana proporciona ao mundo.

O texto de Judas supracitado não é dos mais abordados nos púlpitos eclesiásticos, e quando citam-no geralmente lhe dão conotações externas, bem distantes daquilo que se passa nas vísceras interiores da estrutura ministerial.

Nosso objetivo com a presente Reflexão Pastoral é apresentar uma radiografia sincera do atual quadro cristão e dos motivos pelos quais essa problemática não é abordada com a devida coragem e franqueza.

Essa compreensão exige, porém, uma análise pormenorizada.

A fé exige luta e militância


Pelejar pela fé que de uma vez por todas foi dada aos santos não consiste nem de longe naquilo que historicamente foi feito em nome da cruz de Cristo. A tragédia das cruzadas, das colonizações africana e espanhola, da contra reforma e até mesmo o silêncio comprometedor durante o Nazismo, não deveria de forma alguma servir de argumentos sob essa base e nem tão pouco justificar a incredulidade dos intelectuais que fazem uso de elementos históricos para estabelecerem suas descrenças espirituais. Pelejar pela fé, na verdade, é um compromisso apologético. Uma aliança com a verdade bíblica e a decisão irrevogável de jamais transigir ou negociar os seus conceitos e rumos absolutos. Todo autêntico cristão luta por sua fé, defende a integridade e a pureza do Evangelho, combate o secularismo contaminador, reprova as adaptações e assimilações, condena os modismos e modernismos vãos e aceita a solidão das minorias, a hostilidade dos opositores, a covardia dos acusadores e até a maldade dos oportunistas, se esse for o preço cobrado por essa respectiva postura. Pelejar pela fé é ser coerente com a Bíblia e isso a qualquer preço. 

Impostores estão infiltrados na Casa de Deus


O texto fala de homens introduzidos, que sempre estiveram e estarão destinados ao caos, que são em sua essência ímpios, ou seja, pessoas sem Deus (ainda que estejam dentro da Obra de Deus e proclamando teoricamente a Cristo em suas ações). Eu nunca tive dúvidas de que essa seja uma verdade perfeitamente aplicável a grande parte dos líderes cristãos de nossa época.

Talvez alguns se perguntem qual seria a razão de uma pessoa sem Deus no coração dedicar-se a viver como se fosse um líder cristão e até mesmo se aprimorar nos aspectos superficiais que essa função exigiria. A resposta está na ambição, na ganância, na vaidade e na sede pelo poder. Nos tempos em que vivemos, onde a igreja não passa por nenhuma perseguição oficial, o posto que ocupam lhes assegura uma rentável possibilidade de ganhos. Essa é a razão porque temos visto tantos escândalos financeiros envolvendo líderes eclesiásticos e suas denominações. Essa também é a razão porque tantos desses líderes se lançam despudoramente em disputas eleitorais, uma vez que aqui no Brasil esse é o melhor caminho para o enriquecimento ilícito e o acesso ao seleto bolo das riquezas burguesas. Para se valerem de suas posições, essas pessoas criam sistemas interpretativos da Palavra de Deus que lhes são favoráveis. Estabelecem um circo ridículo de espetáculos, onde elementos esotéricos e artifícios místicos se tornam arma para o convencimento de uma massa despreparada e cada vez mais distante do esclarecimento bíblico. São esses os criadores dos shows esquizofrênicos, com seus paletós ungidos, com seus gritos cavernosos, suas unções de risos, com seus títulos apostólicos, com suas TVs e rádios a serviço do engodo, com suas promessas de bênçãos em troca de ofertas elevadas e com o pesado investimento na construção de uma igreja com aspecto e características cada vez mais aproximados daquilo que se vê no universo empresarial e nas demandas capitalistas do mundo. Dizem os tais que são portadores de “um novo mover”, “uma nova unção”, “uma nova visão”, se dizem criadores de uma nova linguagem, de modernas estratégias e de um estilo mais contemporâneo porque dessa forma estariam em tese mais habilitados para evangelizar as pessoas do mundo; quando em verdade apenas tentam adaptar ao meio evangélico tudo quanto veem, apreciam e clandestinamente usufruem no mundo. Isso claramente se vê nos campos da postura, da linguagem e principalmente da música, onde verdadeiros canalhas se travestem de levitas, para enriquecerem às custas dos idólatras gospel. 

Eles convertem a graça de Deus em dissolução


Os pregadores da modernidade apresentam ao mundo um novo deus, um novo cristo, um outro evangelho e uma pseudo igreja. Prova disso é o que se dá na espetacularização em torno das chamadas “celebridades convertidas”, que arrastam multidões pelas igrejas do país inteiro e rendem um incalculável lucro por meio da venda de ingressos e produtos associados. A premissa do novo nascimento fica em último plano nessas ocasiões e o abuso alcança proporções tão doentias, que temos atualmente até atores pornográficos que se dizem evangélicos e que pertencem a igrejas que lhes aceitam nessa condição. O forrozeiro vira forrozeiro gospel, o pagodeiro se transforma em pagodeiro de Jesus, o dançarino de axé que embala trios elétricos no carnaval, permanece na mesma vida, só que agora faz um axé gospel e sobe num trio elétrico “ungido”. Até satanás é aceito por essas pessoas, desde que se adapte a uma versão gospel.

Muitas igrejas se tornaram casas de espetáculo e a própria figura visível de milhares de cristãos atuais em nada se difere do que se avista em qualquer outra pessoa do mundo. Santidade, separação, consagração, novo nascimento são conceitos deturpados, ultrapassados, esquecidos e surge a cada dia uma nova igreja cada vez mais parecida com tudo quanto se acha fora dela. 

Eles negam nosso único e soberano Senhor, que é Jesus Cristo


Certamente isso não ocorre de forma aberta e confessa, mas é o efeito mais visível de uma moderna teologia que rebaixa a soberania de Deus e a coloca sob os pés dos interesses humanos. A igreja que se formou a partir de Atos dos Apóstolos vivia sob a orientação e dependência do Espírito Santo. Era uma igreja perseguida pelo mundo, por condenar os seus sistemas e repudiar sua aparência. A igreja dos “modernos apóstolos” vive de suas “visões” e “revelações” e se torna apressadamente cada vez mais influenciada e parecida com o mundo. Não é a toa que essa mesma igreja moderna tem aniquilado o respeito pelo evangelho, tornando-se objeto de piadas, desmerecendo a honra conquistada pelo sangue de nossos mártires e fortalecendo a decisão de muitos no sentido de jamais se voltarem para Cristo. É uma indústria de escândalos, que a reboque também vem produzindo uma gama incalculável de “desigrejados”.

Certamente esse não é o discurso que os líderes de hoje querem trazer ou propor. Os negociadores da fé não se interessam pela humildade do evangelho primitivo e pleno. Os astros da música gospel não se importam com o eterno ministério levítico estabelecido em Arão. Os “apóstolos” modernos não optam pela humilde patente de um pastorado focado e submisso às premissas bíblicas, e as consequências de toda essa desordem terão seu apogeu no dramático momento em que Deus dirá que não os conhece e chamará de malditos muitos daqueles que hoje são popularmente identificados como cristãos.

A verdade deveria ser outra. O relato deveria ser favorável. Mas o nosso coração não conseguiria fugir aos fatos.

Se você é um daqueles que ainda se mantém firmes na simplicidade do puro e verdadeiro evangelho bíblico, eu o parabenizo e o estimulo a assim permanecer. Mas se não é, então meu conselho é claro: arrependa-se e converta-se, pois a porta que finaliza o caminho estreito, brevemente há de se fechar.

Que Deus nos abençoe em Cristo Jesus!

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